segunda-feira, 23 de março de 2009

Vaticano critica a decisão e fala em misericórdia

O Estado de S. Paulo, domingo, 15 de março de 2009

Antes de pensar na excomunhão, era necessário e urgente salvaguardar a vida inocente da menina de 9 anos estuprada pelo padrasto. “Infelizmente não foi assim e disso se ressente a credibilidade de nosso ensinamento, que parece aos olhos de tantos como insensível, incompreensível e privado de misericórdia.” Quem diz é o arcebispo Rino Fisichella, presidente da Pontifícia Academia para a Vida, órgão da Igreja. Sua crítica à decisão do arcebispo de Olinda e Recife, d. José Cardoso Sobrinho foi publicada no L’Osservatore Romano, o jornal do Vaticano. Fisichella reconhece o dilema dos médicos entre salvar a vida menina ou a dos fetos. “Ninguém chega a uma decisão desse tipo com desenvoltura: é injusto e ofensivo só o fato de pensar assim.” Ele condena a forma pública da excomunhão e diz que era mais importante dar o “testemunho de proximidade com quem sofre, um ato de misericórdia que, mantendo firme o princípio (a condenação ao aborto), olhasse além da esfera jurídica.”

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