segunda-feira, 28 de julho de 2008

Mosteiro mais antigo tem monges mais novos

O Estado de S. Paulo, domingo, 20 de julho de 2008

Valéria França
A instituição religiosa com vida ininterrupta mais antiga de São Paulo, o Mosteiro de São Bento, completou, na terça-feira, 410 anos. E com a geração de monges mais jovem da história da casa. Dos 44 beneditinos, 35 têm entre 20 e 32 anos. “Em 1993, quando cheguei, havia uma geração significativa de octogenários, que foi morrendo ao longo do tempo. Desse grupo só um está vivo, mas bem idoso, com 97 anos, e doente, com Alzheimer”, diz o prior, d. João Evangelista Kovas, de 35 anos, segundo na hierarquia. O primeiro é o abade, d. Mathias Tolentino Braga, de 43 anos.
Com o rejuvenescimento do corpo de religiosos, o mosteiro vem saindo de um obscurantismo secular para se adequar à modernidade, sem, no entanto, perder o foco na vida monástica e nos valores tradicionais. “A nova geração de monges é mais maleável que a antiga”, diz o irmão Gregório de Oliveira Ferreira, de 24 anos, que em aproximadamente três semanas fará os votos perpétuos, conquistando assim, depois de cinco anos de estudo, o título de monge.
Ao meio-dia, serve-se o almoço. Não é permitido conversar durante a refeição. Para que ninguém caia em tentação, um dos religiosos lê em voz alta algum livro de história, como 1808, sobre a chegada da família real ao Brasil. “O mais difícil é a hora do silêncio, reservada para meditação, oração e leitura”, observa irmão Gregório. “Nunca conseguimos fazer aquele silêncio sepulcral, que os antigos monges colocavam em prática. Sempre alguém fala alguma coisa ou solta uma piadinha.”
A clausura fica aberta à internet
Quando o Mosteiro de São Bento, em São Paulo, começou a abrir suas portas para a comunidade, organizando uma agenda de concertos, brunches e festas, outras mudanças já aconteciam longe das vistas dos visitantes. Os monges hoje têm à disposição dez terminais de computador, conectados à internet, nas salas multimídias da clausura. “Precisamos estar antenados com o que acontece no mundo”, diz o prior d. João Evangelista Kovas, considerado no mosteiro um bom webdesigner. Foi ele quem construiu o site www.mosteiro.org.br. “O portal é uma ótima forma de se comunicar com o público. Lá estão nossas informações básicas, com horário de missa e histórico do mosteiro, entre outras coisas.”
Mosteiro abre portas para eventos
O Mosteiro de São Bento oferece um leque diversificado de atividades, que vai de recitais a brunches autorais. Uma terça-feira por mês, são realizados concertos pagos de música clássica. Já passaram por ali grandes intérpretes como o pianista Álvaro Siviero, que chegou até a tocar para o papa Bento XVI. Um dia antes, na basílica, ao meio-dia, acontece a mesma apresentação, só que em um formato mais enxuto, e de graça ao público. “O concerto do meio-dia emplacou. A basílica fica lotada”, conta o prior d. João Evangelista Kovas.
Os domingos também são bem concorridos. A famosa missa com cantos gregorianos começa às 10 horas. Quando os sinos tocam, abrem-se as portas da clausura e os monges entram em fila em direção ao altar. O silêncio na basílica é quebrado pelas canções em latim. “Já há letras de cantos gregorianos em português”, diz irmão Gregório de Oliveira Ferreira, de 24 anos. “Mas o mosteiro conserva o latim por uma questão de tradição.” Os fiéis agradecem.

O passado e o presente na Igreja

Jornal do Brasil, sábado, 12 de julho de 2008
Opinião

Dom Eugenio Sales
No Natal de 1969, o então professor Joseph Ratzinger, pronunciou uma erudita conferência. Nela, interrogou o futuro e buscou, no passado, explicações para o presente. Seu estudo se aplica, ainda hoje, à nossa realidade e merece uma reflexão dos fiéis sobre a similitude entre a conjuntura hodierna e o iluminismo, além do modernismo, correntes de pensamento que exerceram profunda influência nos séculos 18, 19 e 20.
Dizia o futuro papa Bento XVI: “O iluminismo tinha seu movimento episcopal em oposição a um centralismo unilateral de Roma. Queria salientar a importância dos bispos. Ele tinha seus componentes democráticos. (...) Exige-se a eliminação do celibato” (Fé e futuro, p.70).
A crise do modernismo perdura, apesar do rude golpe aplicado por Pio X, com a encíclica Pascendi, de 8 de setembro de 1907. O nome “modernismo” encobre uma variedade de proposições, cujas raízes mergulham no liberalismo do século 19. Incluía o conceito de “Igreja” em relação à ordem política e social; a renovação da teologia e exegese; o tipo de inserção da pastoral no mundo; a atualização das instituições eclesiásticas. Ao lado de aspectos positivos, essa corrente de pensamento, condenada pela Santa Sé, induzia ao esvaziamento do conteúdo da mesma fé. Predomina a ambigüidade, como hoje. Na França, as conseqüências foram desastrosas, de modo particular, para o clero jovem.
No modernismo, havia o que vemos atualmente: a pretensão de permanecer na comunidade eclesial, com a esperança de reformá-la, a partir do interior. Essa expectativa terminou com a Pascendi e quase todos se submeteram.
A afirmação de que, nos dias de hoje, há fatores novos que anulam qualquer comparação histórica vem apenas corroborar as semelhanças.
O brilho e o vigor da vida religiosa, em muitos países; a pregação da palavra de Deus em todos os quadrantes da terra; a força moral, ímpar na humanidade, dos últimos romanos pontífices; a ação visível do Espírito Santo, através do Concílio Vaticano II, geram ilimitada confiança, dando-nos a serenidade que tem seu fundamento na promessa do Redentor.

Liberal churches have ‘spiritual Alzheimer’s’, claims Vatican cardinal

Telegraph.co.uk, 23 July 2008

By Martin Beckford, Religious Affairs Correspondent
Cardinal Ivan Dias also told hundreds of Anglican bishops gathered in Canterbury that churches who take important decisions without the authority of their leaders have “ecclesial Parkinson’s”.
His outspoken comments came just hours after the head of the church in Sudan, backed by Primates of 17 provinces in the developing world, demanded that the homosexual bishop of New Hampshire, the Rt Rev Gene Robinson, be sacked and that those who consecrated him “confess”.
In a speech last night on evangelisation, Cardinal Dias said:
“Much is spoken today of diseases like Alzheimer’s and Parkinson’s.
“By analogy, their symptoms can, at times, be found even in our own Christian communities.
“For example, when we live myopically in the fleeting present, oblivious of our past heritage and apostolic traditions, we could well be suffering from spiritual Alzheimer’s.
“And when we behave in a disorderly manner, going whimsically our own way without any co-ordination with the head or the other members of our community, it could be ecclesial Parkinson’s.”

‘A inquisição não representa a realidade atual’, diz secretário da Congregação para a Doutrina da Fé

UOL, El País, 23 de julho de 2008

Juan G. Bedoya; tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
O jesuíta Luis Francisco Ladaria Ferrer será dentro de alguns dias o espanhol mais graduado na Cúria do Vaticano, depois da aposentadoria dos cardeais Martínez Somalo e Julián Herranz. Não aparenta. Ele mesmo atende ao telefone em seu escritório na Universidade Gregoriana de Roma.
De cara, protesta: “Olhe, combinamos que não haveria entrevista”, ele mesmo se interrompe. Ri, ri sempre, como se fosse a melhor maneira de aliviar seu novo cargo, o número 2 da Congregação para a Doutrina da Fé.
O que acha das palavras “Inquisição”, “Santo Ofício” ou mesmo “herege”? Ele responde sério, entre risos: “Você me fala de situações e elementos do passado. Nosso trabalho consiste em promover a justa fé da Igreja. O Santo Ofício ou a Inquisição não representam a realidade atual. Quando me perguntam sobre o dogma, respondo que a misericórdia de Deus, como lembra Dante, tem os braços muito grandes. Esta é a chave: bondade e misericórdia”.
Sobre a competência teológica de Ladaria, registrada em cerca de 20 livros, há uma unanimidade assombrosa. Apesar de tudo, alguns teólogos espanhóis, incentivados por bispos mais papistas que o papa, pensaram há anos que Ladaria roçava a heresia em algumas questões doutrinárias fundamentais. “Acreditamos que a explicação do professor Ladaria não consegue estar conforme, por mais que tente, com a doutrina da Igreja”, escreveu em 1995 o teólogo José María Iraburu a propósito do livro de Ladaria Teologia do Pecado Original e da Graça.
Segundo os caçadores de hereges na Espanha, o pecado original é “transmitido a todos por propagação, e não por imitação”. “Essa é a doutrina considerada de fé. Pelo contrário, o professor Ladaria, jesuíta, estima que não devemos afirmar que a geração seja formalmente a causa da transmissão do pecado original. A transmissão desse pecado de origem ele a entende não em clave ontológica, mas histórica.”
Essas críticas foram citadas nos últimos dias em diversos fóruns. Ladaria não se dá por vencido. Tampouco se considera vigiado. “Ninguém nunca me olhou com o olho esquerdo, como você diz.”
Ele ri com vontade. “Foi um episódio que passou. Ninguém me disse nada, nem aqui nem na Espanha, do ponto de vista oficial. Houve um pouco de rebuliço, mas nunca me senti visado.”
As teses de Ladaria sobre o pecado original corrigiam efetivamente a teoria clássica do grande santo Agostinho, muito dado ao sensacionalismo. Mas finalmente se impuseram em Roma, como na recente correção da idéia do limbo como o lugar onde iam parar os que morriam sem ter o uso da razão e sem ter sido batizados; isto é, um lugar sem tormento nem glória, mas para toda a eternidade. Os amigos de Ladaria crêem que sua competência teológica também nesta matéria é a razão pela qual o papa Ratzinger o quer ao seu lado como policial da doutrina.
Entre os teólogos contemporâneos admirados por Luis Ladaria — ele cita Yves Congar, Henri de Lubac, Karl Rahner e Hans Urs von Balthasar, nada menos —, alguns foram especialmente incomodados pelo Santo Ofício.

As tâmaras da época de Cristo

O Estado de S. Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2008

Fernando Reinach
Entre 1963 e 1965 um grupo de arqueólogos escavou um forte em Massada, na beira do Mar Morto. Nas ruínas do forte, construído por Herodes em 65 a.C. e destruído pelos romanos em 73 d.C., foram encontradas diversas sementes. Em 2005 as sementes foram identificadas como sendo de tâmara e foram submetidas à análise de carbono 14 para verificar a idade. Os resultados indicaram que as sementes foram coletadas por volta da época do nascimento de Jesus, entre 200 a.C. e 25 d.C.
Três dessas sementes foram plantadas e, oito semanas depois, uma germinou. Apesar das folhas iniciais apresentarem sinais de falta nutrientes, a planta sobreviveu e, aos 15 meses, foi transplantada para um grande vaso.
Quando o material genético foi comparado com o DNA das diversas variedades de tâmaras cultivadas atualmente, foi possível demonstrar que a variedade é diferente de todas as modernas.
As variedades modernas mais semelhantes são as cultivadas no Iraque e no Egito e as mais distantes são as cultivadas no Marrocos.
Se tudo der certo, nos próximos anos as plantas vão iniciar sua produção de frutos e finalmente poderemos saber o verdadeiro sabor das tâmaras consumidas 2 mil anos atrás.
Não se sabe se tâmaras foram servidas na Santa Ceia, mas se foram, provavelmente, elas eram provenientes dessa variedade.

Papa encerra encontro com 250 mil jovens na Austrália

O Estado de S. Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 2008

AFP e Reuters
Sydney — Terminou ontem de manhã a 23ª Jornada Mundial da Juventude em Sydney, Austrália. Em sua homilia, na missa de encerramento, o papa Bento XVI destacou a necessidade de “uma nova era em que a esperança nos livre da superficialidade, da apatia e do egoísmo que insensibilizam nossas almas e envenenam nossas relações”. Participaram da cerimônia cerca de 250 mil pessoas de mais de 170 nações.
“Uma nova geração de cristãos é chamada a colaborar para criar um mundo em que a vida, presente de Deus, seja acolhida, respeitada e amada, e não rechaçada, temida como uma ameaça e destruída”, afirmou o papa, em uma clara referência ao aborto. “Nós devemos deixar (Deus) quebrar a crosta da nossa indiferença, do nosso cansaço espiritual, da nossa cega obediência ao espírito deste tempo.”
Bento XVI também destacou a necessidade de renovação na Igreja e o papel dos jovens. “A Igreja precisa da sua fé, do seu idealismo e da sua generosidade para que seja sempre jovem no Espírito”, afirmou o papa.A missa foi realizada no hipódromo de Randwick. Antes da celebração, os jovens permaneceram a noite inteira em vigília de preparação — enfrentaram um frio de 8°C. Participaram do encontro cerca de 125 mil peregrinos estrangeiros. Havia 12 mil latino-americanos.

Papa quer união de credos contra o terror

O Estado de S. Paulo, sábado, 19 de julho de 2008
Reuters

O papa Bento XVI pediu que todas as religiões se unam contra o terrorismo e resolvam os conflitos pacificamente. Em encontro com judeus, muçulmanos e membros de outros credos não-cristãos, o pontífice, que está na Austrália para o Dia Mundial da Juventude, disse que a Igreja Católica está aberta a aprender com outras religiões.

Na Austrália, papa diz que ‘consumismo insaciável’ esgota recursos do planeta


Folha de S. Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 2008


O papa Bento 16 disse ontem, na 23ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Sidney, que os recursos do planeta estão sendo esgotados e desperdiçados em nome do que considera um “consumismo insaciável”. Frente a quase 150 mil pessoas de mais de 160 países, Bento 16 exortou o mundo a resistir ao que chamou de “vários tipos de veneno” que corroem a sociedade.
Na primeira aparição após três dias de descanso pelas 20 horas de viagem à Austrália, Bento 16 pediu reflexão sobre o mundo que a atual geração prepara para as próximas.
O “papa verde”, apelido ganho pela preocupação ambiental, não deixou de abordar temas caros ao seu pontificado nem de defender posições conservadoras, marca dos seus três anos à frente da Igreja Católica.
“Estamos descobrindo que há cicatrizes que marcam a cara da nossa terra, como a erosão, o desmatamento, o espólio dos recursos minerais e dos oceanos, e que se reproduzem no ser humano por meio do álcool, das drogas, da exaltação da violência e da degradação sexual.”
Ele disse que a televisão e a internet tratam como entretenimento questões como o uso de drogas e a exploração sexual e voltou a fazer críticas à prática do aborto. “Como pode ter-se convertido em um lugar de violência o mais maravilhoso e sagrado lugar humano, o ventre de uma mulher?”, indagou.
O papa aproveitou também a visita à Austrália para cumprimentar o premiê Kevin Rudd pelo pedido de perdão aos aborígenes em fevereiro, o primeiro na história do país. “Esse exemplo de reconciliação oferece esperança para povos do mundo todo.”

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Pastores montam banca e fazem sessões de ‘descarrego’ de graça no centro de SP

Folha de S. Paulo, domingo, 13 de julho de 2008


Luis Kawaguti
Em menos de um minuto, o funcionário público José Ferreira Batista, 62, participou de uma sessão de “descarrego” na calçada da rua da Consolação, no centro de São Paulo. Ele caminhava para o trabalho, no Tribunal de Justiça, quando foi convidado por dois pastores evangélicos para receber uma oração rápida em uma banquinha — do tamanho usado pelos camelôs — onde havia uma Bíblia e uma taça com óleo.
“Em nome do Senhor seja afastada toda a energia negativa, no setor profissional, no sentimental e na saúde. Sai!”, disse o pastor Israel Alves da Silva, segurando a cabeça de Batista após ungi-la com óleo.
“Você sente o prazer que te eleva ao encontro de um espírito invisível”, disse o servidor Batista, que é evangélico.
O pastor Israel e seu colega Joaquim Cassiano Cândido escolheram o centro para oferecer orações gratuitas para funcionários de empresas e comerciantes que têm pouco tempo a perder a caminho do trabalho ou na hora do almoço. Eles dizem pertencer à Igreja Internacional do Reino de Cristo, de São Mateus, na zona leste, e seguem a linha evangélica neopentecostal.
Exorcismo
Segundo o teólogo Fernando Altemeyer Júnior, professor da PUC, as igrejas neopentecostais surgiram na década de 90 e costumam ter como tema a prosperidade e o sucesso profissional.
Ele diz que a pregação na rua sempre fez parte da história das religiões. “No catolicismo surgiram as procissões e o Corpus Christi, no protestantismo [a cerimônia] era feita nas casas. A missão do cristianismo é evangelizar”.
Para ele, a novidade do trabalho foi usar na rua o ritual do exorcismo (ou “descarrego”, para os evangélicos), que surgiu na Igreja Católica e era praticado nas igrejas e reservadamente.
Na semana passada, próximo à igreja da Consolação, em uma hora 12 pessoas receberam orações. Segundo os pastores, a média é de 60 pessoas por dia. Elas se aproximam, recebem folhetos, assinam um livro e recebem as orações de descarrego, que, segundo os pastores, ajudam a combater doenças e melhoram a vida profissional.
“Eu estava saindo da igreja da Consolação quando vi a barraquinha. Sou católica, mas Deus é um só e todas as orações são boas”, disse a aposentada Joana de Araújo Alves, 63.

Imagens católicas são destruídas no RS

O Estado de S. Paulo, quinta-feira, 17 de julho de 2008

As estátuas e as placas de agradecimento deixadas por devotos na Gruta Nossa Senhora de Fátima, em Santiago, região central do Rio Grande do Sul, foram depredadas na noite de segunda-feira. As peças destruídas não tinham valor comercial ou artístico, mas, segundo o padre Hermeto Mengarda, representavam muito para a fé popular. Avisada pelos zeladores da gruta, a Polícia Civil vistoriou o local na terça-feira. A imagem principal, de Nossa Senhora de Fátima, de quase 2 metros de altura, foi derrubada do altar. Até ontem, a polícia não havia encontrado pistas dos autores.

Clodovis e Leonardo Boff, fratelli separati di Sandro Magister

Chiesa, segunda-feira, 14 de julho de 2008

Roma — Il primo colpo è di alcuni mesi fa. Ed è un articolo pubblicato su una rivista teologica del Brasile da una celebrità della teologia latinoamericana: Clodovis Boff.
Ma è il secondo colpo che è rimbombato di più. Ed è l’aspra replica all’articolo di Clodovis Boff scritta dall’ancor più celebre suo fratello: Leonardo.
Le vie dei due fratelli si sono separate e scontrate proprio su ciò che prima le teneva unite: la teologia della liberazione.
Col suo saggio pubblicato lo scorso autunno sulla Revista Eclesiástica Brasileira (curata dai francescani del Brasile e diretta dal 1972 al 1986 proprio da suo fratello Leonardo), Clodovis Boff ha rotto con questa corrente teologica, o meglio, con “l’errore di principio” su cui a suo giudizio si fonda.
Leonardo Boff si autodefinisce oggi theologus peregrinus, senza fissa dimora. È stato estromesso dall’insegnamento nelle facoltà di teologia cattoliche da una sentenza del 1985 della congregazione per la dottrina della fede, causata principalmente dal suo libro Chiesa: carisma e potere. Saggio di ecclesiologia militante. Ha lasciato l’abito francescano e si è sposato. Vive a Petrópolis, nello stato di Rio de Janeiro.
Clodovis Boff appartiene invece tuttora ai Servi di Maria. Vive a Curitiba, nello stato del Paraná, e insegna nella Pontificia Università Cattolica della città. Non è stato mai processato dalla congregazione per la dottrina della fede, ma negli anni Ottanta perse la cattedra nella Pontificia Università Cattolica di Rio de Janeiro e gli fu impedito di insegnare al Marianum, la facoltà teologica del suo ordine, a Roma.
Il fratello Leonardo lo ricorda così, negli anni in cui era fervido fautore della teologia della liberazione: “Passava metà dell’anno tra le comunità di base, offrendo corsi popolari, scendendo e risalendo i fiumi per visitare i popoli della foresta, e dedicava l’altra metà dell’anno all’insegnamento e alla produzione teorica nell’università di Rio”.
Oggi invece, sempre a giudizio di Leonardo, Clodovis è passato anima e corpo a sostenere “con ottimismo ingenuo ed entusiasmo giovanile” la linea dettata dai vescovi latinoamericani nella loro conferenza continentale tenuta in Brasile ad Aparecida, nel maggio del 2007, e inaugurata da Benedetto XVI in persona.
Curiosamente, proprio colui che subentrò a Clodovis Boff sulla cattedra di teologia a Rio, l’italiano Filippo Santoro, oggi vescovo di Petrópolis e appartenente a Comunione e Liberazione, è lo stesso che ha più ispirato e seguito la sua “conversione”, durata qualche anno e infine sfociata nel saggio pubblicato sulla Revista Eclesiástica Brasileira.
A Roma, il quotidiano della conferenza episcopale italiana Avvenire ha dato la notizia dello scontro tra i due celebri fratelli in una breve nota, a fine giugno. Ma è stata soprattutto l’agenzia cattolica progressista Adista a dare rilievo alla cosa, in ripetuti servizi.

Bispos brasileiros criticam o quadro político

O Globo, sábado, 12 de julho de 2008
Terminou ontem a reunião dos cardeais, arcebispos e bispos do Brasil, em Goiânia. Na oportunidade do encerramento do conclave, do qual participaram 83 bispos e três cardeais, foi feita a mais importante declaração que a Igreja já pronunciou, no Brasil, nos últimos tempos.
“Analisando a atualidade política do Brasil, o Episcopado proclama sua confiança no regime democrático, quaisquer que sejam suas deficiências, mais devidas à fraqueza dos políticos do que à estrutura do regime. E acentua que um dos maiores defeitos da atualidade brasileira está na multiplicidade de partidos que, sem programas definidos, são simples pretextos para acobertar interesses pessoais. O triste espetáculo do voto negociado à base de ofertas ostensivas é um sinal sumamente degradante de nosso panorama político. Essas falhas, como outras de nossa vida pública, não nos parecem, entretanto, irremediáveis.
A democracia deve saber defender-se contra as infiltrações espúrias de candidatos que apenas se servem do voto atual para fins subversivos e totalitários no futuro. Que os nossos votos não conduzam ou reconduzam ao Legislativo nem ao Executivo os inimigos dos princípios cristãos e democráticos. Julgamos assim do nosso dever dar uma palavra de esclarecimento em torno do movimento nacionalista. (...) Estamos ao lado de tudo o que, no movimento nacionalista, exprime valorização de nossas indústrias de base, de nossas riquezas naturais, elevação de nível de vida, recuperação de áreas subdesenvolvidas, independência econômica, aumento de capital e soerguimento político. Somos por um nacionalismo são e equilibrado, enquanto atende às necessidades de uma soberania nacional que rejeita qualquer escravidão de tipo capitalista ou marxista.
Reprovamos o nacionalismo exacerbado que recusa qualquer convivência e colaboração legítima com outras nações e que se exprime como uma forma aguda de egoísmo coletivo. Condenamos o imperialismo econômico que representa um tipo de ditadura internacional e uma abdicação da autonomia nacional. Reprovamos com veemência o imperialismo soviético que, sob pretexto de nacionalismo e anticolonialismo, comanda frentes e movimentos políticos que representam apenas momentos provisórios de um assalto à autonomia da pátria, revelando-se depois como um virulento antinacionalismo”. (O Globo noticiava em 12 de julho de 1958)

Anglicanos abrem cúpula sob sombra de rixa por [homossexuais]

Folha de S. Paulo, quinta-feira, 17 de julho de 2008

Sob temores de racha, a Igreja Anglicana abriu ontem na Cantuária, Inglaterra, a Conferência de Lambeth, cúpula que ocorre a cada dez anos. A conferência deste ano chega na semana seguinte à aprovação da ordenação de mulheres e sob intensa disputa sobre a posição acerca da homossexualidade.
O terceiro maior grupo cristão do mundo está em crise desde que a Igreja Episcopal dos EUA — como é conhecida a Igreja Anglicana no país — ordenou Gene Robinson, [homossexual] assumido, como bispo de New Hampshire em 2003. Desde então, as rixas só aumentaram.
No mês passado, descontentes chegaram perto de um racha com a liderança, quando bispos conservadores se encontraram em Jerusalém para a Conferência Global sobre o Futuro Anglicano (Gafcon). Eles acusaram progressistas de proclamar “um falso evangelho que rebaixa a palavra de Deus” e promover “uma variedade de preferências sexuais e comportamento imoral”.
Os conservadores, a maioria vinda da África, também criaram um “bloco de poder” que desafia a atual hierarquia, encabeçada pelo arcebispo da Cantuária, Rowan Williams, embora não tenham se separado oficialmente.
A maioria dos participantes da Gafcon boicotou Lambeth neste ano, irritada com a decisão de Williams de convidar os religiosos que consagraram o bispo [homossexual]. O boicote atingiu quase um quarto do total dos bispos, principalmente os conservadores africanos.
Segundo a BBC, a Conferência de Lambeth deste ano não produzirá nenhuma resolução e tentará minimizar discussões sobre sexualidade para tentar esfriar as disputas.

Sexo e cisma, de novo, no caminho da Igreja Anglicana

O Estado de S. Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 2008
Gilles Lapouge
A conferência anglicana de Lambeth será inaugurada hoje em Londres. Ela foi criada em 1867, com a finalidade de preservar a unidade da Igreja Anglicana. Este ano, deverá tratar de problemas complexos e desagradáveis. Os anglicanos não vão bem. É possível que já tenham se cindido em duas correntes. Ninguém ousa pronunciar a palavra mais funesta da história das religiões, “cisma”, mas ela é temida.
Essa conferência de Lambeth reúne 600 bispos anglicanos, de tendência “liberal”, acompanhados pelas respectivas esposas. Ora, há um mês, 200 outros bispos anglicanos, mas “conservadores”, encontraram-se em Jerusalém. São profundas as divergências entre as duas correntes.
A conservadora está indignada. Liderada pelo arcebispo da Nigéria, Peter Akinola, e constituída na maior parte por anglicanos africanos (Nigéria, Uganda, Sudão, Quênia etc.), ameaça criar “uma Igreja na Igreja”. Seus membros contestam a mais alta autoridade da Igreja Anglicana, Rowan Williams, arcebispo de Canterbury, personagem ousado que recentemente propôs a introdução de elementos da Sharia islâmica na lei britânica.
Qual é o objeto da discórdia? O sexo. Há alguns anos, em 2003, Gene Robinson foi ordenado bispo de New Hampshire, nos Estados Unidos. Divorciado e pai de família, ele era homossexual. Em junho último casou-se no civil com o companheiro com o qual convive há 20 anos (nos Estados Unidos, há 2,5 milhões de anglicanos).
Foi esse bispo que fez explodir o círculo conservador, pois a Bíblia, lembra Peter Akinola, o líder nigeriano dos “conservadores”, não gosta absolutamente dos homossexuais. Esse ponto da teologia foi contestado pela primaz da Igreja episcopal, Katharine Jefferts Schori, que garante que a Bíblia não proíbe a homossexualidade.
Sharon Ferguson, do Movimento dos [Homossexuais] e Lésbicas Cristãos, apóia Katharine, e explica: “As pessoas devem ser ordenadas em função de sua vocação, e não em função de sua sexualidade.”
A ala conservadora é poderosa. Ela é forte principalmente nos países africanos, mas cooptou centenas de bispos britânicos e americanos. Os prelados africanos são ainda mais rigorosos em matéria de sexualidade, por serem ameaçados em seus países pela expansão do Islã.
Precedente
O papa Bento XVI foi informado a respeito do problema no avião que o levava a Sydney, na Austrália, para as Jornadas Mundiais da Juventude. Disse que rezaria e acrescentou que deseja que o cisma poupe a Igreja Anglicana.
Ele sabe do que está falando, porque essa mesma Igreja, hoje dilacerada, nasceu de um cisma, já então motivado por uma questão, senão de sexualidade, pelo menos matrimonial.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Sucessão iminente gera crise na Arquidiocese

O Globo, domingo, 22 de junho de 2008

Paula Autran
Um barril de pólvora que descansava há sete anos na sede da Arquidiocese do Rio, na Glória, explodiu no último dia 12. Com a demissão, por telefone, de pelo menos 26 antigos funcionários — 17 deles da Pastoral do Menor —, foi pelos ares a aparente tranqüilidade que parecia reinar no Palácio São Joaquim, desde que o cardeal-arcebispo dom Eusébio Oscar Scheid substituiu o hoje arcebispo emérito do Rio, dom Eugenio Sales, em 2001.
As mudanças foram feitas após uma auditoria sigilosa encomendada à Fundação Getúlio Vargas — que sugeriu a reavaliação da estrutura e dos custos do serviço — e surpreendem porque aconteceram seis meses depois de dom Eusébio enviar sua renúncia ao Papa Bento XVI, no dia 8 de dezembro, quando completou 75 anos.
Dom Eusébio pediu ao Santo Padre para ficar no cargo até o fim do ano paulino, em 29 de junho de 2009. Mas seu futuro ainda é uma incógnita.
Segundo a ex-coordenadora técnica da Pastoral, Regina Leão, há 20 anos na função, o motivo alegado para as 17 demissões é uma suposta dívida de R$ 510 mil. Mas o montante seria fruto de problemas de documentação da Mitra:
— O que consumíamos, do telefone aos copinhos de café, nós bancávamos com o dinheiro de convênios que fechávamos com órgãos do governo do estado e da prefeitura, assim como com empresas. Fazíamos o trabalho com R$ 55 mil por mês. Mas há quatro anos passamos a ter problemas para fechar convênios, pois a documentação da Mitra não estava ok e não podíamos apresentar as certidões negativas necessárias.
De acordo com Padre Leandro, as atividades sociais da Arquidiocese do Rio continuam a todo vapor em áreas como saúde, educação, assistência social e geração de renda. Ele dá números de 2007: foram 2.987.320 atendimentos, em 251 paróquias, por 25.908 voluntários.
Ninguém ainda arrisca palpites sobre que nomes poderiam estar sendo cotados para o lugar de dom Eusébio, que não era o candidato preferido de dom Eugenio, nem foi o mais votado na consulta feita pela Nunciatura Apostólica.

São Paulo, finalmente, vira patrono da cidade de São Paulo

O Estado de S. Paulo, quarta-feira, 25 de junho de 2008

Rodrigo Brancatelli
São Paulo, a cidade, ganhou esse nome justamente porque sua fundação ocorreu na mesma data em que se comemora a conversão do apóstolo Paulo de Tarso. São Paulo, o apóstolo dos gentios, é considerado uma das figuras mais importantes no desenvolvimento do cristianismo. Mas lições de história e de religião à parte, o que poucos sabem é que o papel de patrono da cidade nunca coube ao santo, mas sim à pouco lembrada Santa Ana, a padroeira da terceira idade e protetora dos marceneiros.
Tamanha injustiça foi consertada agora no começo de junho, depois de um pedido pessoal do cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, ao papa Bento XVI. Às vésperas do Ano Paulino, que terá início no sábado para comemorar os 2 mil anos de Paulo de Tarso, a Cúria finalmente nomeou São Paulo como padroeiro oficial da arquidiocese paulistana e patrono da capital. “Sejamos sinceros, poucos sabiam que Santa Ana era a nossa padroeira, até mesmo pessoas da Igreja não tinham esse conhecimento”, diz o padre Juarez Pedro de Castro, responsável pela comunicação da arquidiocese. “É como começar do zero, ninguém vai ficar bravo com essa mudança.”

Santa Sede da ultimátum a lefebvristas

ACI, martes, 24 de junio de 2008

Roma — Según informa el vaticanista Andrea Tornielli, quien afirma tener una copia de la carta original enviada por la Santa Sede en francés, el Vaticano propuso un ultimátum a la Fraternidad San Pío X, que preside el obispo cismático Bernard Fellay, y le habría puesto una fecha límite para que dé una respuesta.
Según indica Tornielli en su blog del diario italiano Il Giornale, en una carta firmada en su condición de Presidente de la Pontificia Comisión Ecclesia Dei, el Cardenal Darío Castrillón Hoyos presentó las condiciones del ultimátum que de ser aceptadas concluirían con la definitiva incorporación del grupo cismático a la Iglesia mediante la formula canónica de Prelatura personal, similar a la del Opus Dei, que le permitiría “seguir en su actividad de formar seminaristas y sacerdotes” y le daría autonomía para la celebración de la liturgia según el Motu Proprio Summorum Pontificum, es decir en latín y de acuerdo al Misal de 1962.
Tornielli explica que las cinco exigencias emanadas del encuentro del 4 de junio entre el Cardenal y el obispo excomulgado Bernard Fellay, líder de la Fraternidad San Pío X, son: “el compromiso a una respuesta proporcionada a la generosidad del Papa, el compromiso también para evitar cualquier intervención pública que no respete a la persona del Santo Padre y que pueda ser negativa para la caridad eclesial, el compromiso para evitar la premisa de un magisterio superior al del Santo Padre y de no proponer a la Fraternidad (San Pío X) en contraposición a la Iglesia; el compromiso por demostrar la voluntad de actuar honestamente en la plena caridad eclesial y en el respeto a la autoridad del Vicario de Cristo”.
Como quinto compromiso exigido por la Santa Sede, precisa el vaticanista, están también “respetar la fecha —fijada para 28 de junio, víspera de la Solemnidad de San Pedro y San Pablo, ‘el día del Papa’ e inicio del Año Paulino— para responder positivamente. Esta será una condición solicitada y necesaria como preparación inmediata para la adhesión para tener la plena comunión”.

Ornamentos y vestiduras antiguas del Papa subrayan continuidad en la liturgia

ACI, jueves, 26 de junio de 2008


Roma — El Maestro de las Celebraciones Litúrgicas del Sumo Pontífice, Mons. Guido Marini, explicó que los distintos ornamentos y vestiduras litúrgicas antiguos que utiliza el Papa Benedicto XVI “intentan subrayar la continuidad de la celebración litúrgica actual con la que ha caracterizado en el pasado la vida de la Iglesia. La hermenéutica de la continuidad es siempre un criterio exacto para leer el camino de la Iglesia en el tiempo. Esto vale también para la liturgia”.
En una entrevista realizada por Gianluca Biccini para L’Osservatore Romano, Mons. Marini señala que “como un Papa cita en sus documentos a los Pontífices que lo han precedido, para indicar la continuidad del Magisterio de la Iglesia, así en el ámbito litúrgico, un Papa usa también vestiduras litúrgicas y suplementos sacros de los Papas que lo han precedido para indicar la misma continuidad en la lex orandi”.
“Quisiera hacer notar que el Papa” Benedicto XVI “no usa siempre vestiduras litúrgicas antiguas. Con frecuencia usa las modernas. Lo importante no es tanto la antigüedad o la modernidad, sino la belleza y la dignidad, componentes importantes de toda celebración litúrgica”, precisó.
Al contestar la pregunta de Biccini sobre el hecho de que algunos acusan al Papa Benedicto XVI de imponer “modelos preconciliares”, Mons. Marini afirma que “términos como ‘preconciliar’ o ‘postconciliar’ utilizados por algunos pertenecen a un lenguaje actualmente superado y que, cuando usados con el intento de indicar una discontinuidad en el camino de la Iglesia, considero que son errados y típicos de visiones ideológicas muy reductivas”.
Asimismo, añadió que “existen cosas antiguas y cosas nuevas que pertenecen al tesoro de la Iglesia de siempre y que como tales son consideradas” y que “no todo lo que es nuevo es verdad, como tampoco lo es todo lo antiguo. La verdad atraviesa lo antiguo y lo nuevo y es a ella adonde debemos tender sin prejuicios”.
Al hablar luego del báculo dorado en forma de cruz griega que utiliza últimamente el Santo Padre, el sacerdote destacó que esta elección “no significa simplemente un retorno a lo antiguo, sino que es testimonio de un desarrollo en la continuidad, un enraizamiento en la tradición que consiente proceder ordenadamente en el camino de la historia” y resaltó además que “resulta más ligero y manejable”, un elemento de practicidad que no se debe dejar de tener en cuenta.
Seguidamente, al explicar los cambios en el palio que usará Benedicto XVI este 29 de junio cuando imponga esta misma vestidura a 41 arzobispos en la Basílica Vaticana, el presbítero indicó que “se trata del desarrollo de la forma del palio latino utilizado hasta Juan Pablo II”, que ahora tendrá forma circular cerrada, con dos capas que penden del medio del pecho y del dorso; y que será más ancho y más largo.
Para el Maestro de las Celebraciones Litúrgicas del Sumo Pontífice, “la Iglesia vive según la ley de la continuidad en virtud de la cual conoce un desarrollo enraizado en la tradición. Entonces lo que de verdad importa es que todo concurra para que la celebración litúrgica sea verdaderamente celebración del misterio sacro, del Señor crucificado y resucitado que se hace presente en su Iglesia reactualizando el misterio de la salvación y llamándonos, en la lógica de una auténtica y activa participación, a participar hasta las extremas consecuencias de su misma vida, que es vida del don de amor al Padre y a los hermanos, vida de santidad”.

Padre celebra missas e procura misses no interior paulista

Folha de S. Paulo, domingo, 6 de julho de 2008

Vinícius Queiroz Galvão
Votuporanga — Todos os dias, quando começa a missa na igreja de Santa Luzia, o padre Sílvio Roberto dos Santos dá início a uma atividade paralela. Com um olho no peixe e outro no gato, ele fica atento ao público. Não para saber quais fiéis seguem a liturgia, mas para praticar uma segunda vocação: a de olheiro de modelos. Além das missas, o padre também tem talento para produzir misses.
Da paróquia de Votuporanga, cidadezinha de 77 mil habitantes a 521 km de São Paulo, saíram vencedoras de concursos como Miss Brasil Internacional, Miss Brasil Mundo, Miss Beleza Brasil e várias edições do Miss São Paulo, todas descobertas pelo padre entre um pastel na quermesse ou uma partida de bingo no bazar beneficente das beatas da igreja.
Com a graça do padre, a cidade tornou-se a Venezuela brasileira dos concursos de beleza: a presença de candidatas locais nas seleções de misses é quase certa — e sempre temida.
A história do padre Sílvio com a passarela vem do próprio passado. Antes da ordenação, na década de 1970, ele foi modelo e cantor na Europa. E foi daí que surgiu o gosto assumido pelos palcos, mantido desde 1980, quando organizou o primeiro desfile.
E o padre não deixa as meninas ao deus-dará. Para não fazer feio ao desfilar por aí e para aquelas que não têm traquejo com o negócio, ele dá as dicas.
“O segredo é treinar essas meninas desde a infância: ensinar passarela, inglês, dança, [elas] têm de traquejar”, diz. “Tenho uma bagagem de miss, com alfinete, band-aid, fita crepe, despertador para acordar cedo e se produzir”, completa.
Atual Mister Brasil Mundo, Vinícius Ribeiro, 26, diz que foi o único a levar óleo corporal ao concurso, orientação do padre.
“Ele diz para eu mostrar segurança e dá muitos conselhos”, afirma Ariadne Mariotti, 18, primeiro lugar num concurso de beleza de Votuporanga na semana passada.
Num vídeo que circula pela internet, padre Sílvio ensina a parada na passarela (de lado, para não parecer gorda na foto), a boa postura (projetando o queixo para frente), como posar para os fotógrafos e para os jurados (com sorriso), a virada (olhando sempre para frente, mesmo depois de dar as costas) e o detalhe do pezinho (quebrando o corpo na planta do pé direito, com joelho flexionado).
A vocação do padre Sílvio Roberto de descobrir e agenciar misses e modelos no interior de São Paulo, diz o próprio, já foi questionada pela CNBB.
“Mas perceberam a boa intenção. Não faço da batina um meio para conseguir as coisas”, diz o padre.
Procurado pela Folha, dom Paulo Mendes Peixoto, bispo da diocese de São José do Rio Preto — a quem o padre Sílvio está subordinado — não se pronunciou “por estar há pouco tempo na região e não conhecer a fundo o trabalho com as modelos”.

Ressurreição a.C.

Folha de S. Paulo, terça-feira, 8 de julho de 2008

Ethan Bronner, The New York Times
Uma placa de pedra de cerca de um metro de altura, com 87 linhas escritas em hebraico, e que, segundo especialistas, dataria de algumas décadas antes do nascimento de Jesus está causando polêmica nos círculos de arqueologia bíblica porque mencionaria a chegada de um messias que ressuscitaria três dias depois de morto.
Se tal descrição messiânica estiver mesmo na placa, ela contribuirá de forma significativa para a reavaliação das visões popular e acadêmica de Jesus ao apontar que sua história de morte e ressurreição não seria única, mas sim parte de uma reconhecida tradição judaica da época.
Encontrada perto do Mar Morto, na Jordânia, de acordo com especialistas que a estudaram, a placa é um raro exemplo de pedra com inscrições em tinta desse período — uma espécie de Manuscrito do Mar Morto em pedra.
Está escrita, não entalhada, em duas colunas, similares às colunas da Torá. Mas a pedra está quebrada e parte do texto se apagou, o que dá espaço a interpretações sobre o que estaria realmente escrito.
Ainda assim sua autenticidade não foi questionada e, por isso, é significativo seu papel na compreensão das raízes do cristianismo em meio da devastadora crise política enfrentada pelos judeus naquela época.
Daniel Boyarin, professor de cultura do Talmude na Universidade da Califórnia, em Berkeley, afirma que a placa integra o crescente número de evidências que sugerem que Jesus pode ser mais bem compreendido por meio da compreensão da história judaica de sua época.
— Eu não tinha idéia do quão importante era até mostrá-la para Ada Yardeni, especialista em escrita hebraica.
Ela ficou impressionada: “Você tem um manuscrito do Mar Morto em pedra” — contou David Jeselsohn, o dono da pedra, ele mesmo um especialista em antigüidades.
Boa parte do texto se refere à visão do Apocalipse transmitida pelo anjo Gabriel no Antigo Testamento.
Yardeni e Binyamin Elitzur, outro especialista em escrita hebraica que também examinou a pedra, escreveram uma detalhada análise sobre a placa e concluíram que o texto datava do fim do primeiro século antes de Cristo. Professor de arqueologia da Universidade de Tel Aviv, Yuval Goren realizou uma análise química da pedra e garantiu que não há razão para duvidar de sua autenticidade.
Israel Knohl, professor de estudos bíblicos da Universidade Hebraica, antigo defensor da tese de que a idéia de um messias era anterior a Jesus, viu nos estudos sobre a pedra os indícios que faltavam para consolidar suas idéias. De acordo com as interpretações de Knohl, a figura messiânica citada na placa seria a de um homem chamado Simon, assassinado pelo exército de Herodes.
Os autores da inscrição na pedra seriam, provavelmente, seguidores de Simon.
Texto altera visões do cristianismo
O sacrifício de Simon é visto como um passo necessário para a salvação, diz o especialista, destacando as linhas 19, 20 e 21 do texto, segundo as quais “em três dias vocês verão que o mal será derrotado pela justiça”. A octogésima linha do texto começa com as palavras L’shloshet yamin, que significam “em três dias”. A palavra seguinte está parcialmente ilegível, mas Knohl sustenta que se trata de hayeh, o imperativo de viver.
— Tudo isso altera nossas visões básicas do cristianismo — afirma o pesquisador. — A ressurreição depois de três dias se torna uma idéia desenvolvida antes de Jesus, o que vai de encontro a praticamente toda a atual visão acadêmica. O que acontece no Novo Testamento foi adotado por Jesus e seus seguidores baseado numa história anterior de messias.

Un jesuita español, nuevo «número dos» de la Doctrina de la Fe del Vaticano

ABC.es, jueves, 10 de julio de 2008


EFE Juan Vicente Boo
Roma — Benedicto XVI nombró ayer al jesuita mallorquín Luis Ladaria nuevo «número dos» de la Congregación de la Doctrina de la Fe, una de las más importantes del Vaticano, de la que fue prefecto durante veinte años el propio Joseph Ratzinger hasta su elección como Papa y que preside en la actualidad el cardenal americano Levada.
Ladaria es un teólogo de gran prestigio internacional, que trabaja para la Santa Sede desde 1992. Luis Ladaria, de 64 años, es natural de Manacor, doctor en Derecho por la Universidad de Madrid y en Teología por la Pontificia Universidad Gregoriana de Roma, de la que fue vicerrector de 1986 a 1994. Aparte de su larga carrera como profesor, Ladaria es conocido por ser el coordinador del trabajo de la Comisión Teológica Internacional de la Conferencia Episcopal.

Igreja Anglicana decide que mulher pode ser bispo, irritando Vaticano

O Globo, quarta-feira, 9 de julho de 2008

York — A Igreja Anglicana da Inglaterra decidiu ordenar mulheres bispos, abrindo uma crise interna, que pode provocar um cisma, e externa, com críticas das igrejas Católica e Ortodoxa.
A decisão foi tomada no Sínodo Geral da igreja, após seis horas de debate na Universidade de York. Alguns padres conservadores foram vistos chorando após a votação. Mas a corrente progressista venceu facilmente: 28 a 12 entre bispos, 124 a 44 no clero, e 111 a 68 entre leigos.
— Tomamos a decisão certa. Às vezes as coisas parecem ter saído de um confronto, mas foi um debate — disse a sacerdote Miranda Threlfall-Holmes, cotada para ser uma das primeiras bispas anglicanas da Inglaterra.
Os tradicionalistas analisam agora possibilidades como a criação de uma nova igreja até a adoção do catolicismo. A decisão ainda terá de ser aprovada de novo num sínodo em 2012.
— As coisas estão ficando piores. Há um movimento que pretende nos expulsar — disse o padre David Houlding.
Apesar do pedido do líder da igreja, o arcebispo de Canterbury, Rowan Williams, de que fossem feitas ressalvas, a derrota conservadora foi total. Até restrições que existiam foram proibidas.
A Igreja tem sacerdotes mulheres desde 1994, mas criara bispos itinerantes para quem discorda do bispo local por ter ordenado mulheres. Isso acabará.
O chefe do conselho do Vaticano para a Promoção da Unidade Religiosa, o cardeal Walter Kasper, criticou os anglicanos:
— A decisão é uma quebra na tradição apostólica mantida por todas as igrejas no primeiro milênio. É mais um obstáculo para a reconciliação.
O secretário de assuntos internacionais do Patriarcado Ortodoxo de Moscou, Ígor Vyzhanov, também lamentou:
— Essa decisão é um passo muito doloroso para o diálogo intercristão, pois afasta a comunidade anglicana da Igreja de tradição apostólica.