O Globo, domingo, 22 de junho de 2008
Paula Autran
Um barril de pólvora que descansava há sete anos na sede da Arquidiocese do Rio, na Glória, explodiu no último dia 12. Com a demissão, por telefone, de pelo menos 26 antigos funcionários — 17 deles da Pastoral do Menor —, foi pelos ares a aparente tranqüilidade que parecia reinar no Palácio São Joaquim, desde que o cardeal-arcebispo dom Eusébio Oscar Scheid substituiu o hoje arcebispo emérito do Rio, dom Eugenio Sales, em 2001.
As mudanças foram feitas após uma auditoria sigilosa encomendada à Fundação Getúlio Vargas — que sugeriu a reavaliação da estrutura e dos custos do serviço — e surpreendem porque aconteceram seis meses depois de dom Eusébio enviar sua renúncia ao Papa Bento XVI, no dia 8 de dezembro, quando completou 75 anos.
Dom Eusébio pediu ao Santo Padre para ficar no cargo até o fim do ano paulino, em 29 de junho de 2009. Mas seu futuro ainda é uma incógnita.
Segundo a ex-coordenadora técnica da Pastoral, Regina Leão, há 20 anos na função, o motivo alegado para as 17 demissões é uma suposta dívida de R$ 510 mil. Mas o montante seria fruto de problemas de documentação da Mitra:
— O que consumíamos, do telefone aos copinhos de café, nós bancávamos com o dinheiro de convênios que fechávamos com órgãos do governo do estado e da prefeitura, assim como com empresas. Fazíamos o trabalho com R$ 55 mil por mês. Mas há quatro anos passamos a ter problemas para fechar convênios, pois a documentação da Mitra não estava ok e não podíamos apresentar as certidões negativas necessárias.
De acordo com Padre Leandro, as atividades sociais da Arquidiocese do Rio continuam a todo vapor em áreas como saúde, educação, assistência social e geração de renda. Ele dá números de 2007: foram 2.987.320 atendimentos, em 251 paróquias, por 25.908 voluntários.
Ninguém ainda arrisca palpites sobre que nomes poderiam estar sendo cotados para o lugar de dom Eusébio, que não era o candidato preferido de dom Eugenio, nem foi o mais votado na consulta feita pela Nunciatura Apostólica.
Paula Autran
Um barril de pólvora que descansava há sete anos na sede da Arquidiocese do Rio, na Glória, explodiu no último dia 12. Com a demissão, por telefone, de pelo menos 26 antigos funcionários — 17 deles da Pastoral do Menor —, foi pelos ares a aparente tranqüilidade que parecia reinar no Palácio São Joaquim, desde que o cardeal-arcebispo dom Eusébio Oscar Scheid substituiu o hoje arcebispo emérito do Rio, dom Eugenio Sales, em 2001.
As mudanças foram feitas após uma auditoria sigilosa encomendada à Fundação Getúlio Vargas — que sugeriu a reavaliação da estrutura e dos custos do serviço — e surpreendem porque aconteceram seis meses depois de dom Eusébio enviar sua renúncia ao Papa Bento XVI, no dia 8 de dezembro, quando completou 75 anos.
Dom Eusébio pediu ao Santo Padre para ficar no cargo até o fim do ano paulino, em 29 de junho de 2009. Mas seu futuro ainda é uma incógnita.
Segundo a ex-coordenadora técnica da Pastoral, Regina Leão, há 20 anos na função, o motivo alegado para as 17 demissões é uma suposta dívida de R$ 510 mil. Mas o montante seria fruto de problemas de documentação da Mitra:
— O que consumíamos, do telefone aos copinhos de café, nós bancávamos com o dinheiro de convênios que fechávamos com órgãos do governo do estado e da prefeitura, assim como com empresas. Fazíamos o trabalho com R$ 55 mil por mês. Mas há quatro anos passamos a ter problemas para fechar convênios, pois a documentação da Mitra não estava ok e não podíamos apresentar as certidões negativas necessárias.
De acordo com Padre Leandro, as atividades sociais da Arquidiocese do Rio continuam a todo vapor em áreas como saúde, educação, assistência social e geração de renda. Ele dá números de 2007: foram 2.987.320 atendimentos, em 251 paróquias, por 25.908 voluntários.
Ninguém ainda arrisca palpites sobre que nomes poderiam estar sendo cotados para o lugar de dom Eusébio, que não era o candidato preferido de dom Eugenio, nem foi o mais votado na consulta feita pela Nunciatura Apostólica.
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