O Globo, quarta-feira, 18 de março de 2009
Yaoundé — A condenação do uso do [preservativo] é controversa até mesmo entre padres e freiras que trabalham com portadores do vírus.
Bento XVI já havia defendido em 2005 que a abstinência sexual antes do casamento e a fidelidade — e não os [preservativos] — são os caminhos para interromper a epidemia. No entanto, essa é a primeira vez que um Papa afirma que a distribuição de [preservativos] pode agravar o problema.
A declaração gerou protestos
A diretora de comunicação da Campanha de Ação e Tratamento da África do Sul, Rebecca Hodes, disse que, apesar de concordar com o Papa de que o uso de [preservativo], sozinho, não é uma solução para a epidemia, este é um dos poucos métodos preventivos cuja eficácia foi comprovada.
— A posição dele em relação aos [preservativos] sugere que o dogma religioso é mais importante para ele do que a vida dos africanos — disse.
Organizações de homossexuais na Itália também condenaram as declarações.
— Mais uma vez se evidencia a responsabilidade não só moral, mas também direta, da Igreja Católica na falta de prevenção do HIV. Ainda mais irresponsável é dizer que o uso de preservativos aumenta os problemas — disse Franco Grillini, presidente da organização [homossexual]net.
Segundo dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, existem hoje no mundo cerca de 33 milhões de portadores do vírus HIV. Em 2007, 75% de mortes provocadas pelo HIV ocorreram na África Subsaariana.
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