terça-feira, 20 de maio de 2008

Prisão perpétua para padre católico


Arusha, Tanzânia — O abade Atahane Seromba, primeiro padre católico julgado pelo Tribunal Penal Internacional para Ruanda (TPIR), foi condenado nesta quarta-feira à prisão perpétua por seu papel no genocídio cometido nesse país africano em 1994.
A condenação, confirmada na corte de apelação por genocídio e extermínio, amplia uma primeira sentença de 15 anos de reclusão, de dezembro de 2006.
A decisão em primeira instância havia determinado que Seromba, da etnia hutu, teve um papel de “ajuda e incentivo” nas matanças em Ruanda.
Mas os magistrados determinaram agora que seu papel foi maior, por ter dado permissão às autoridades locais para que destruíssem sua igreja em Nyange (oeste). O desabamento do templo provocou, em 16 de abril de 1994, a morte de cerca de 1.500 tutsis que haviam se refugiado em seu interior.
O genocídio ruandês, segundo a ONU, custou a vida de 800.000 pessoas entre abril e julho de 1994, entre a minoria tutsi e os hutus moderados.A câmara de apelações confirmou outra conclusão do primeiro veredicto, segundo a qual o abade Seromba aconselhou ao condutor do trator que atacasse o templo por seu lado mais frágil.

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