terça-feira, 20 de maio de 2008

Após batizar ex-muçulmano, Bento 16 exalta a conversão


Além de apelos pela paz mundial, o papa Bento 16 exaltou a conversão ao cristianismo ontem, durante a tradicional missa de Páscoa, realizada na praça São Pedro.
Na noite de sábado, na missa da vigília de Páscoa realizada na Basílica de São Pedro, o pontífice havia batizado sete adultos. Entre eles, Magdi Allam, um jornalista italiano de 55 anos de origem muçulmana. No islã, Jesus é considerado um mensageiro de Deus, mas sua divindade não é aceita.
A conversão foi mantida em segredo pelo Vaticano até menos de uma hora antes da missa, quando foi divulgado um comunicado que dizia: “Para a Igreja Católica, cada pessoa que pede para receber o batismo, depois de uma profunda busca pessoal, uma escolha completamente livre e uma preparação adequada, tem o direito de recebê-lo”.
Subeditor do jornal Corriere della Sera, Allam nasceu em uma região muçulmana no Egito, mas foi educado por católicos e dizia ser muçulmano não-praticante. Na Itália, ele se tornou um crítico ferrenho do islã. Na edição de ontem do Corriere, Allam descreve Bento 16 como um “instrumento para a sua decisão”. E completa: “[O batismo] foi um gesto histórico e corajoso”.
Na tarde de ontem, Allam, que afirmou já andar com proteção policial há cinco anos, disse perceber que sua vida corre perigo, mas que não se arrepende de sua conversão.
O gesto de Bento 16 não foi o primeiro com potencial de criar atrito com os muçulmanos. Em 2006, o próprio Allam defendeu o papa quando o pontífice fez uma palestra na cidade de Regensburg, na Alemanha, que foi vista como depreciativa ao islã e provocou protestos entre os muçulmanos.

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