sexta-feira, 23 de maio de 2008

Fé e comoção em Lourdes


O Globo, quinta-feira, 20 de março de 2008

Dia 11 de fevereiro passado, a repórter Ana Lúcia Borges, do suplemento Boa Viagem, esteve no santuário francês de Nossa Senhora de Lourdes numa data especial: a comemoração dos 150 anos da primeira aparição da Virgem à menina Bernardette Soubirous. Esperava ver um corre-corre de agitados peregrinos, no frenesi de uma festa, mas voltou com outra impressão.
Indiferentes ao frio de 2 graus Celsius, mais de 70 mil peregrinos rezavam ininterruptamente diante da Basílica do Rosário; molhavam as mãos e os rostos na água considerada milagrosa, e acendiam suas velas na Gruta de Massabielle, cenário das aparições, para pedir alguma bênção, ou, principalmente, agradecer.
O lugar é um dos principais pontos de peregrinação mariana no mundo, recebendo mais de 6 milhões de visitantes por ano. Junto com os fiéis, a repórter e outros jornalistas participaram de missas comemorativas e procissões.
— Havia muita gente doente, em cadeira de rodas e até macas, mas que mostrava muita confiança na cura e mantinha a esperança. O ambiente é de paz e reflexão, capaz de emocionar até os menos religiosos — conta a repórter.
— A procissão das tochas é o ponto alto. Estávamos de ônibus a caminho de Lourdes. Quando vi ao longe o fogo no meio da escuridão, cheguei a perguntar a uma jornalista argentina se era uma queimada na floresta. Só então me dei conta de que já nos aproximávamos da cidade, e que um mar de velas iluminava as ruas. Fiz questão de descer e me juntar à multidão. Foi inesquecível — diz Ana Lúcia.

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