sexta-feira, 23 de maio de 2008

Papa encomenda a cardeal chinês reflexões da via-sacra


Folha de S. Paulo, sábado, 22 de março de 2008

A crise no Tibete se refletiu na cerimônia da via-sacra presidida pelo papa Bento 16, no Coliseu, ontem. O pontífice — que tem o crescimento da Igreja Católica na China e o restabelecimento das relações diplomáticas com Pequim entre suas principais metas — pediu ao cardeal de Hong Kong que escrevesse suas reflexões.
A via-sacra é um dos ápices no calendário católico. As reflexões são ditas em estações, que representam o que Jesus passou quando da sua crucificação.
Desde a década de 60, os textos são escritos por personalidades e intelectuais. O cardeal Joseph Zen Ze-kiun, conhecido por defender a liberdade religiosa, fala dos “mártires do século 21” e das “tenebrosas” perseguições religiosas.
Zen disse que se preocupou em não incluir nada que pudesse ofender Pequim. Em uma das estações, o papa disse lamentar a perseguição de católicos em várias partes do mundo, mas não citou a China. Também afirmou que “é muito difundida a tentação de adular o poderoso e de oprimir o fraco”.
“Lamentamos o sangue chinês derrubado. Pedimos que isso acabe”, disse, por telefone, o cardeal ao Financial Times. Ele ficou em Hong Kong e pediu que a China “acabe com atos de violência que possam prejudicar a Olimpíada”.

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