sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Rabinato de Israel rompe relações com o Vaticano

O Globo, quinta-feira, 29 de janeiro de 2009


Jerusalém — O Rabinato de Israel rompeu laços com o Vaticano por tempo indeterminado em protesto pela decisão do Papa Bento XI de suspender a excomunhão de um bispo que não reconhece o Holocausto, negando a morte de 6 milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Numa carta enviada por seu diretor-geral, Oded Weiner, o Rabinato comunica sua indignação pela reabilitação do bispo britânico Richard Williamson, excomungado há 20 anos, e suspende um encontro entre judeus e cristãos programado para o início de março.

“Será muito difícil para a chefia do Rabinato de Israel continuar com o diálogo com o Vaticano como antes”, diz Weiner na carta.

Ontem, tentando amenizar as tensões, o Papa expressou sua “integral e inquestionável solidariedade” com o povo judaico e voltou a condenar a “matança de milhões de judeus, vítimas inocentes de um cego ódio racial e religioso”.

Bento XVI, que visitou o campo de concentração de Auschwitz em 2006, também disse que o extermínio durante a Segunda Guerra deveria se manter como uma advertência para a humanidade “contra a negação e o reducionismo”. O Papa, no entanto, não citou o nome de Williamson.

Líderes judaicos saudaram as declarações de Bento XVI, mas disseram que a resposta é insuficiente, já que “não deveria haver espaço para mensagens dúbias”.

O anúncio da ruptura de Israel foi recebido com preocupação no Vaticano, segundo fontes da Santa Sé. De acordo com elas, a ruptura pode comprometer os planos do Papa de visitar a Terra Santa em maio.

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