sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Governo manterá crucifixo na escola

O Estado de S. Paulo, sábado, 7 de novembro de 2009

Governo manterá crucifixo na escola

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, disse que a decisão do Tribunal de Estrasburgo que determinou a retirada de crucifixos das salas de aula não impedirá que os símbolos continuem nas escolas da Itália porque ela não é obrigatória.
Sobre o Tribunal de Direitos Humanos de Estrasburgo, o premiê disse: “É só uma comissão do Conselho Europeu no qual participam cerca de 40 países, entre os quais estão Belarus e outros que não compõem a União Europeia.” “Esta é uma decisão não vinculativa, sem condições de coibir a presença dos crucifixos nas salas de aula de nosso país”, completou Berlusconi, após a reunião do Conselho de Ministros.
Além de classificar a decisão de inaceitável, o presidente do Conselho referiu-se à presença do símbolo católico em outros setores. “Oito países da Europa têm a cruz em sua bandeira. Então, o que isso significa? Que essas bandeiras devem ser alteradas porque nesses países há estrangeiros que ganharam cidadania?”, questionou.
Berlusconi lembrou que o recurso já foi decidido no Conselho de Ministros e a questão será agora levada à Comissão Central da UE. “Não acredito que haja necessidade de plebiscito sobre uma decisão absolutamente não respeitosa com a realidade”, disse. “Quem caminha por qualquer cidade da Itália não pode fazê-lo sem se deparar a cada 300 metros, em qualquer direção, com o símbolo, muito presente nas raízes e nas tradições cristãs. Penso que até mesmo um ateu pode tranquilamente reconhecer o fato de que o crucifixo está muito ligado a nossa história”, ressaltou.
A Itália confirmou também que vai recorrer da sentença emitida pela Corte Europeia de Direitos Humanos na última terça-feira, que condenou o país a pagar uma indenização de 5 mil à cidadã itali-ana de origem finlandesa Soile Lautsi.
A decisão da Corte tem gerado críticas da Igreja Católica. O cardeal de Cracóvia, na Polônia, e ex-secretário pessoal do papa João Paulo II, Stanislaw Dsiwisz, classificou a sentença de “incompre-ensível” e disse que ela suscita “preocupações para o futuro da liberdade religiosa na Europa”.

Nenhum comentário: